Napalm Death, Looking For An Answer, Deathrite & Osserp
Sala Razzmatazz – Barcelona – 16/12/2017
Texto e Fotos: Mauricio Melo
A prometida visita do Napalm Death à Barcelona e dessa vez como banda principal, realmente aconteceu. As expectativas aumentaram quando no cartaz se somaram como Looking For An Answer, Deathrite e Osserp. Esta última, uma banda local da qual já cobrimos algumas vezes e que desta vez não chegamos à tempo. Assim como o Deathrite que só pegamos o final do set mas pelo que percebemos atraiu um publico considerável. Já o Looking For An Answer não poderíamos deixar passar, chegamos em tempo de conferir o set completo e o que o quinteto espanhol tinha a oferecer de seu novo disco Dios Carne, após seis anos sem lançar nada e já digo de cara, não decepcionaram. Tocaram de cara “Deflagración”, “Demiurgo” e “La Carne del Leviatan” e a estas alturas o mosh-pit já estava fervendo. A banda praticamente não respirou até a quarta ou quinta música com “Utopia de Sangre” e “Tapas de Cementerio”. Finalizaram com “Campo de Exterminio” e deixaram o publico com sede de mais, com sede de Napalm Death.
Nunca será demais ir a um show do Napalm Death. Ainda que a formação atual não seja a original como muito já se debateu nas saídas dos shows mas que com o passar do tempo, muita gente nem lembre que um dia ouve um outro quarteto fundador e que daqueles tempos do pioneirismo Grindcore, apenas o baixista Shane Embury circulou por algumas das faixas do disco Scum, que Barney entrou em cena no terceiro disco, que Danny Herrera assumiu as baquetas sob desconfiança no quarto disco, afinal conseguiria ele desbancar Mick Harris, considerado por muitos um monstro da bateria e claro, insubstituível.
São muitas historias, foram membros que passaram e deixaram saudades e muitos discos gravados e aí está o grande detalhe, os discos. A formação atual, considerando que Mitch Harris ainda faz parte da banda e está de licença por tempo indeterminado e sendo muito bem substituído por John Cooke nas seis cordas, lançou mais discos do que a original. Deu cabeçada, experimentou, inovou e finalmente encontrou a fórmula exata. Já não há volta atrás, o Napalm Death é isso aí e é definitivamente o maior expoente do estilo.
Passaram por Barcelona uma vez mais, sendo banda principal numa boa casa de show e não mais longe do grande publico como se via anteriormente. Deu oportunidade para toda uma geração de jovens assistir a um de seus shows como se fosse o melhor que pudesse acontecer para eles, sabe como são as coisas quando se tem dezesseis anos, aquele show tal que você considera o melhor de todos os tempos, como se tivesse vivido muito ou que sua vida acabará no dia seguinte a ele. O mesmo que abriu com “Apex Predator – Easy Meat”, a mesma que abre o disco mais recente da banda, “Silence is Deafening” the Long Live The Code... lançado há uns treze anos atrás e “Whel All Is Said and Done” de Smear Campaign e a noite já tinha um brilho próprio. Os clássicos como “Skum”, “The Kill” e “Deceiver” não demoraram a aparecer e já que o repasso na carreira estava sendo levado a sério, “Unchallenged Hate”, “You Suffer” e até um “Suffer The Children” deram as caras no setlist. Ainda sobrou tempo para covers do Anti-Cimex e é claro, dos Dead Kennedys. Há muito não via a banda como headline de um show e a diferença é latente quando isso acontece, o show é completo.
Nunca será demais!