Planet Hemp legaliza tudo na noite de Halloween em Barcelona - Português & Español.

Quinteto carioca apresentou um setlist avassalador diante de um bom público na cidade Condal com direito a Ratos de Porão.

Marcelo D2 entrando na roda em Barcelona - Pics by Snap Live Shots

Planet Hemp
Sala Apolo, Barcelona
31/10/2019
Promotor: Cruilla Barcelona

Texto e Fotos: Mauricio Melo & Snap Live Shots

PORTUGUÊS

Poderíamos começar nossa resenha reproduzindo aquelas noticias da Radio Globo em dia de jogo bom no Maraca.  Direto das imediações do estádio Mario Filho a movimentação já começou...  

O burburinho ao redor da sala Apolo começou cedo na quinta-feira 31 de Outubro, não só por se tratar na noite de Halloween e véspera de feriado na cidade mas também pela visita do Planet Hemp.  A cerveja gelada rolando no balcão faltando apenas o churrasquinho de gato das esquinas.

BNegão, The Thunder Voice do Planet Hemp em Barcelona

Minutos antes da banda entrar em cena, tentávamos explicar aos locais a dimensão da banda no Brasil e o impacto que a mesma teve nos anos noventa.  A ideia era fazê-los acreditar nas polêmicas ao redor do grupo, da prisão do mesmo por apologia à “droga”, o que provocou risos e perplexidade já que por aqui a planta não faz estardalhaço desde a época do Franquismo, aonde não só eram presos os fumantes mas também os gays, apenas por serem gays... Alguma semelhança por aí? 
A evolução passou longe e virou a esquina faz algum tempo. 

 Justamente pela falta da mesma (evolução), o Planet Hemp se reuniu e ofereceu um setlist com uma media de 20 anos de idade e que se encaixa com perfeição na situação atual.  O quinteto esbanjou entrosamento diante de um público que, assim como no Brasil, reúne de A a Z, mistura regiões e sotaques mesmo a nove mil quilômetros de distancia com apenas um propósito, soltar a voz.

Nabru e sua Jaguar

Formigão chegou lesionado para a turnê mas suas linhas de baixo deram o tom, as notas e o groove de “Não Compre, Plante” sendo muito bem acompanhado por Pedrinho e seu sorriso fácil.  Nobru deixando sua Fender Jaguar gritar junto contrastando perfeitamente com a voz de trovão de BNegão e a Malandragem de D2.   “Legalize” entra na sequencia com um publico entregue, “Dig Dig Dig” fez a alegria geral e em algum momento entre essa e a sugestiva “Fazendo sua Cabeça”, Marcelo desceu do palco e participou da roda...de samba? Não, de punk!  A agitação era tanta que muita gente não percebeu o acontecido, ficando surpreso ao vê-lo ali. 

Discursos diretos e direcionados ao atual governo brasileiro, punhos cerrados cobrando justiça no caso Marielle Franco.  Parte do público também fez sua parte com alguns cartazes.  Voltamos a insistir, impressionante como letras que deveriam estarem ultrapassadas ou datadas estão mais atuais do que nunca.  Exemplo disso veio com “Crise Geral”, música do Ratos de Porão de 1987.  E não foi o único cover da noite, o clássico “Samba Makossa” de Chico Science foi tocada na versão Charlie Brown Jr, cantada e entoada com uma emoção capaz de iluminar dois pontos em algum lugar do universo assim como “Adoled” (versão do Led Zepellin) e “A Culpa é de Quem?” com o riff de Fu Manchu. 

Pedrinho sorrindo fácil em Barcelona by Snap Live Shots

Fazendo jus à calça repleta de parches de punks, tivemos “100% HC”, “Procedência C.D.” fazendo de BNegão um típico integrante do Bad Brains e “Seus Amigos”.  

Formigão, lesionado do pé mas com suas linhas intactas

Como foi dito antes, um setlist completo e que superou todas as expectativas, passando do hip hop como “Porcos Fardados”, “Mão na Cabeça” e “Queimando Tudo” ao hardcore como foi mencionado acima e misturando tudo com “Phunky Buddha”, “Ex-Quadrilha da Fumaça” e “Stab” tudo de um jeito “Raprockandrollpsicodeliahardcoregga”, jogando fumaça pro alto, lavando a alma geral e deixando todos chapados de som (e algo mais). 

Amante da música acima de tudo, hardcore até os ossos, mente aberta sonoramente, saio da Apolo sorrindo e esperando que a banda realmente lance o prometido disco e que essa volta, ainda que seja momentânea, pode ser aquele momentâneo em câmera lenta, configuração 240fps, usando um slow motion e que dure bastante.

“Advinha doutor, quem está de volta na praça?...”

GALERIA DE FOTOS / PHOTO GALLERY

ESPAÑOL

Quinteto carioca presentó un setlist abrumador ante una buena audiencia en la ciudad de Condal con derecho a un cover del Ratos de Porão.

Podríamos comenzar nuestra reseña como las antiguas noticias de la Radio Globo brasileña en un buen día de juego en el Maracanã.  Directamente alrededor del estadio Mario Filho, el movimiento ha comenzado ... El ruido alrededor de la sala Apollo comenzó temprano el jueves 31 de octubre, no solo porque era la noche de Halloween, sino también por la visita del Planet Hemp.  La cerveza fría sobre las barras y solo faltaba la assado de gato (como llamamos en Brasil) de la esquina.

Minutos antes de que la banda entrara en escena, tratamos de explicar a los locales el la dimensión de la banda en Brasil y el impacto que tuvo en los noventa.  La idea era hacerles creer en la controversia que rodeaba al grupo, desde su arresto por apología a la "droga" (marijuana), lo que causó risas y perplejidad ya que por aquí la planta no hace tanto "escándalo" desde la época del franquismo, donde no solo estaban arrestaron a fumadores pero también a gays, solo por seren gays ... ¿Alguna similitud por ahí? La evolución pasó de largo y giró la esquina hace algún tiempo.

Justo por la falta (evolución), el Planet Hemp se reunió y nos dejo un setlist con más o menos 20 años de edad y que encaja perfectamente con la situación actual, tanto aqui cuanto y mucho más en Brasil.  El quinteto no tardó en conectarse con el publico que, así como en Brasil, reune un publico que mezcla regiones y acentos a nueve mil kilómetros de distancia con un solo propósito: Soltar la voz en rimas de protestos.

Formigão (bajista) llegó lesionado para la gira, pero sus líneas de bajo dieron el tono, las notas y el ritmo de "Não Compre Plante" estando muy bien acompañado por Pedrinho y su fácil sonrisa.  Nobru dejó que su Fender Jaguar gritara marcando contraste con la voz atronadora de BNegão y el los versos de D2. "Legalize" entra en la secuencia con una audiencia ya entregada, "Dig Dig Dig" hizo la alegría general y en algún momento entre esto y el sugerente "Fazendo Sua Cabeza", Marcelo bajó del escenario y participó de la rueda...de samba ...? No, de punk!  La emoción fue tal que muchas personas no se dieron cuenta y se sorprendieron al verle allí.

Los discursos directos dirigidos al actual gobierno brasileño, apretaron los puños exigiendo justicia en el caso Marielle Franco (una mujer nascida en las favelas, que se convirtió en la voz del pueblo hasta ser misteriosamente asesinada). Insistimos,  nos impresiona cómo las letras, que deberían haber quedado desactualizadas o fechadas son más actuales que nunca. Un ejemplo de esto vino con "Crise Geral",  canción de los míticos Ratos de Porão compuesta en 1987.  Y no fue la única versión de la noche, el clásico "Samba Makossa" de Chico Science fue interpretado en la versión que hizo Charlie Brown Jr (otro extinto grupo brasileño), cantada con una emoción capaz de iluminar dos puntos en algún lugar del universo, así como "Adoled" (versión Led Zepellin) y "Whose Blame?" con el riff de Fu Manchu.

Haciendo referencia a sus pantalones llenos de parches punk, Marcelo y su grupo nos dieron "100% HC", "Procedencia C.D.",  convirtiendo BNegão un miembro típico de Bad Brains y "Seus Amigos".

Como se dijo antes, un setlist completo que superó todas las expectativas, desde hip hop como "Porcos Fardados", "Mão na Cabeça" y "Queimando Tudo" hasta hardcore como se mencionó anteriormente y mezclándolo todo con "Phunky Buddha", "Ex-Quardrilha da Fumaça" y "Stab", todo en forma de "Raprockandrollpsicodeliahardcoregga", arrojando humo al aire, lavando el alma general y dejando todos colocados de groove (y algo más).

Amante de la música sobre todo, hardcore hasta los huesos, mente abierta a todo lo que se refiere la musica, salgo de Apollo sonriendo y esperando que la banda realmente publique el prometido disco y que esta vuelta, aunque sea momentánea, pueda ser en cámara lenta, configuración de 240 fps para que dure mucho.

"Mucho fácil hablar de cosas tan bellas, mirando hacia el mar pero de espaldas a las favelas..."