Quem não tem gato, caça com rato. Se as expectativas dos brasileiros assistirem a uma apresentação do Big 4 estão cada vez menores, pelo menos os fãs tupiniquins poderão ver dois de seus representantes tocando por aqui em meses diferentes. Enquanto os cariocas terão o privilégio de verem o Metallica no Rock in Rio, curitibanos e paulistanos aguardavam a chegada do Slayer.
A banda norte-americana retornou ao país agora com a turnê ao lado de Metallica, Megadeth e Anthrax - o Slayer recebeu recentemente uma má notícia: em fevereiro, uma infecção no ombro do guitarrista Jeff Hanneman (causada por uma picada de aranha) obrigou o músico a se submeter a uma cirurgia. como a banda não podia desmarcar seus shows, for recrutado Gary Holt, do Exodus, para substitui-lo.
Lá pelas tantas, quando o horário parecia estourado e diante da sensação de derrota veio o golpe final. Passando-me por gringo, o que na verdade sou na terra de outrem, consegui fazer com que minhas confirmações chegassem até as mãos do manager que prontamente nos atendeu.
Uma vez nos bastidores e começam a circular os personagens principais da história. Kerry King com sua B.C. Rich empunhada fazendo o aquecimento até que chaga nosso anfitrião, o gentleman Dave Lombardo. Com toda tranquilidade do mundo dentro dos escassos dez minutos que tivemos direito, respondeu nossas perguntas, esclareceu nossas dúvidas sobre muitos boatos que sempre circundam a banda como aposentadoria, se disse feliz com o retorno definitivo à banda, afirmou não terem nenhum problema com o Metallica e desejou até que o The Big Four chegasse ao Brasil como festival e não como sessão de cinema.
Com o pouco tempo que temos, vamos direto ao assunto: alguns detalhes do último disco lançado, World Painted Blood. Sabemos que Greg Fidelman foi indicado por Rick Rubin, produtor que trabalhou em praticamente todos os álbuns do Slayer. Como foi trabalhar com Fidelman?
Dave Lombardo - Fidelman foi um produtor bem diferente do qual estávamos acostumados a trabalhar. Ele foi aos ensaios, ficou conosco escutando cada passo do que criávamos durante estes ensaios. Foi praticamente parte da banda durante um período, estava conosco diariamente. Tivemos excelentes momentos e, ao final, nos sentimos satisfeitos com seu trabalho como produtor. Extraiu o máximo que podia musicalmente da banda e o resultado está no disco, gostamos muito.
O Slayer já possiu um estilo prºoprio dentro da banda, porém a cada álbum sempre existe alguma diferença, evoluções óbvias que toda bana passa ainda que algumas refuguem. è algo que a banda se cobra antes de gravar um disco seguinte ou sai naturalmente?
Vem naturalmente. Não é algo que planejamos ou forçamos fazer, é algo que se desenvolve naturalmente apesar dos anos de estrada. Não existe nenhuma pressão ou cobrança, é algo nosso.
Por que três diferentes capas para World Painted Blood?
Nem eu sep (riss). Talvez para variar um pouco.
Com Christ Illusion, por exemplo, a banda reviveu os velhos tempos num processo que incluiu pessoas que trabalharam com o Slayer no inicio da carreira, incluindo as capas. Ter a capa censurada acabou frustrando um pouco este revival ou ajudou a chamar atenção?
Sim, ficou um pouco a sensação de frustração. Mas, pode ter colaborado para divulgação no final das contas. O último álbum foi censurado e desta vez nenhuma das três capas foram (risos)
Muitos fãs do Slayer consideram a banda verdadeiramente americana. Podemos considera-la uma banda política ou anti-política?
Nada, nem uma coisa nem outra. Primeiro de tudo é que não sou político e definitivamente o Slayer não é uma banda política. Música e política não deveriam se misturar, igualmente religião e música não deveriam se misturar, é apenas música e definitivamente não somos políticos nem antipolíticos, somos músicos e gostamos de nossa arte.
Algumas coincidências marcaram os lançamentos do Slayer. Season in the Abyss coincidiu com a guerra do Golfo. God Hate Us All pouco antes dos ataques de 11 de setembro. Considerando todas as batalhas atuais, podemos dizer que Wold Painted Blood está mais relacionado para a guerra do que para a religião e música não se misturaram (risos)?



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